sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sugestão para sexta-feira: Cold Beer and Warm Women

"warm beer and cold women, I just don't fit in
every joint I stumbled into tonight
that's just how it's been
all these double knit strangers with
gin and vermouth and recycled stories
in the naugahyde booth

with the platinum blondes
and tobacco brunettes
I'll be drinkin' to forget you
lite another cigarette
and the band's playin' something
by Tammy Wynette
and the drinks are on me tonight"

(Tom Waits in Warm Beer and Cold Women)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Plagiando um amigo

JÁ SE DEU!!!
(Depois de abandonar as canadianas...)


VAI-SE DAR!
(Depois de 5 meses de lesão...)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Conspirações dos desejos na acareação do nós

Francisco Parlagreco, Boxeur – ost 84x64

06/02/2010

No intervalo da acareação do nós
nas solidões dos nossos corpos temporariamente isolados
receamos a esterilidade do confronto
duvidamos dos nossos músculos e vontades
Sentados, mendigamos a eternização do minuto
improvisamos o adiamento da inevitabilidade do reencontro

Os ritmos da nossa respiração desafinam
As orientações do nosso olhar desencontram-se
convergindo na direcção dos joelhos
Separados, partilhamos o instante e a mesma contradição
por baixo dos músculos os ossos convertem-se à conspiração do desejo
enquanto os pescoços parecem resignar-se aos medos

O tilintar da sineta irrompe nos ermos da equação do nós
Os sons nos nossos ouvidos estimulam a ausência de dúvidas
geram a convicção na fecundidade da combatividade
Erguemo-nos em direcção ao reencontro
caminhamos em rumos opostos para o mesmo destino
As respirações e os olhares convergem
formando um único corpo, regressamos à acareação do nós

Agora, trago debaixo das pálpebras as cicatrizes das tuas derrotas
em cada pestanear testemunho o epílogo dos teus combates
Na solidão da boca, em exílio de línguas e boquilhas
provo o sabor do cocktail de sangue e suor que te escorre das temperas
Os músculos cansados estremecem, as pernas paralisadas desistem do peso deste corpo
Os teus olhos tropeçam nos meus
Sinto os teus medos a roçar nos meus

Em redor do ringue, tumulo temporário do nós
eterno para os braços renunciantes
Uma multidão impotente masturba a nossa dor
alimenta-se dos nossos músculos em movimento
No final, regurgitará os excessos da resistência das nossas vontades
misturando vitória e derrota no mesmo aplauso e ovação

Depois do silêncio da multidão e das nossas evasões
remanesce um tumulo sem corpos nem medos
gravado para sempre com o nosso sangue e suor
Da tua derrota resta uma toalha branca esquecida no chão
Nas testemunhas sem memória nem uma imagem
dos encontros e desencontros que fazem a história desse nós